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INÍCIO: OUTUBRO 2020

FIM: ?

cartas pra ninguém e pra todo mundo

  • Coletor de noticias - brasil ou do mundo (um pais por dia, ou uma fonte diferente de notícias por dia)

  • Por 20 minutos reproduzir uma carta que conecte o micro ao macro, que seja uma referencia ou uma reflexão da noticia coletada e absorvida. A carta é feita em preto e branco e deve ter interrompida após os 20 minutos. 

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O que é um carta?

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É o movimento de expressar um atravessamento. Seja ele de dentro pra fora ou de fora pra dentro e seja ele como for em matéria. É sentir e fazer sentindo. Pouco importa o remetente dentro desse tipo de carta- o mais valioso é o que ela comporta em si. Feita para ser lida ou nao, ser perdida ou armazenada, ser entregue ou escondida- elas funcionam para documentar mas também para dialogar.

Cada dia pede um tipo diferente de carta. Cada pessoa faz uma carta diferente. Não tem tantos limites ao compor uma carta desse tipo- basta que ela seja fiel e verdadeira em sua essência. 

É a unica regra que propomos dentro do sistema infinito de coletor de cartas para ninguém e pra todo mundo. 

 

Como me aprofundar? Quero me aprofundar?

Se a unica coisa verdadeira do homem é o desejo, que as cartas então exprimam o desejo mais intimo do remetente. 

“Cartas pra ninguém e pra todo mundo” é um atravessamento que surgiu em meio a “infodemia” pandêmica de 2020, onde encontrei alguma espécie de respiro e investiguei processos no grupo de estudos da Escola Entropica (@institutotomieohtake ). Lembro das conversas serem sempre guiadas por discursos de como incluir o micro no macro num momento tão delicado que estávamos a viver.
O caos do bombardeio informático circulava e zanzava minha cabeça, então em meio a várias leituras que tive o prazer de exercitar, encontrei Rilke com suas cartas ao jovem poeta e comecei a escrever as minhas.
O intuito delas era chegar em lugar algum, sem destinatário, sem precedência nem ponto de partida. Era talvez dissertar e instigar o consciente coletivo e ir, gradual e processualmente (como tudo que faço, que nunca está pronto e nunca estará), desvendando essas pontes entre o micro e o macro, entre o dentro e o fora, entre o que vejo e o que me olha (Didi). Alguns anos depois, tendo coletado sons a medida que ia criando esses projetos sem muito pé nem cabeça, quis traduzir essas cartas em algo sonoro. 
As cartas foram escritas, desenhadas e coladas manualmente, e são envolvidas por envelopes-bicho (quis lembrar Lygia como questionando as esculturas que também podem vir a se tornar cartas e serem dobradas e redobradas de acordo), de forma que você pode escolher como criar as suas.





 

 

 

 


 

 

 

https://dooooraaaaa.bandcamp.com/track/cartas-pra-ningu-m-e-pra-todo-mundo

 

 

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rascunhos de processo: 

Criar uma coleção de algo que possa documentar um período de presente continuo e ao mesmo tempo estar diretamente relacionado com  tempo do futuro. Me questiono como ligar a noção de diário pessoal com um trabalho que converse com o mundo e assim pensei nessa conversa entre a infodemia externa e interna e vice versa. Como é estar vivo em 2020? Como absorvo todas as informações que coleto através de todos os veículos ou pessoas que me atravessam durante o dia e durante o ano? E depois, como eu, através do meu núcleo privado e particular, crio uma resposta para tudo isso que também possa posteriormente conversar com o mundo e com os movimentos do insconsciente coletivo socio-político?

 

Tudo surge de uma conversa.  As cartas funcionam como um diário que explora um tempo um pouco abstrato de sentimentos e articulações no micro mas também documenta e cria um diálogo com um tempo e espaço real que ocupa um ano imprevisível de várias inquietudes, mudanças e momentos de memória constante e que pede um armazenamento diferenciado e cuidadoso das mesmas. 

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Como eu quero falar com o outro? Como o outro fala comigo? Como eu recebo o o outro e quem é esse outro?

Que voz é essa que as sereias tanto usam pra cantar? Ou que a gente le nos jornais e escuta nas televisões? Como é falar no telefone com alguém distante? Como falar consigo mesmo, enquanto fala com outro?

 

Como se dão as relações humanas dentro desse momento incerto e infinito?

Reproduzir o mesmo movimento ou um movimento parecido traz uma constância que me lembra movimentos mecânicos, robóticos. Um pouco de anestesia, e algo que me remete um pouco a nossa posição social dentro do capitalismo. 

Mas ao mesmo tempo que o corpo reproduz esses padrões, a mente transborda e viaja livremente com inumeras reflexões  que viajam no tempo e no espaço de 20 minutos e uma folha de papel. 

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diário de notícias

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